terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um excerto do "Barulho no silêncio"


Segundo Freud, os homens não são criaturas gentis e amáveis, mas sim dotados de uma poderosa cota de agressividade. E eu estou plenamente de acordo, com ele.

Durante quase toda a sua vida, a minha mãe foi alvo de profunda humilhação. A humilhação é a única arma de destruição maciça que realmente temos. A humilhação é por excelência a bomba atómica de todas as nossas emoções. A humilhação vem sempre acompanhada de um sentimento de invalidez e desprezo. Sentirmo-nos humilhados é como se, constantemente tivéssemos a nossa cara pisada. E quando assim acontece, tornamo-nos inevitavelmente e talvez eternamente amargos. A humilhação destrói completamente o auto-respeito e ultrapassa todos os limites da nossa tolerância. Mata mais que a própria morte.

Quando os nossos valores mais profundos não são respeitados e muito principalmente quando esse desrespeito vem das pessoas que mais nos deviam respeitar. O sentimento é gritante. É sem sombra de dúvida a desvalorização da nossa própria vida e o vazio de todo o seu sentido.
 
     E, não é só entre as quatro paredes da nossa casa que a humilhação existia e que a sentia-mos.

Sinto-a, também no mundo à minha volta, nas mais diversas formas de violência ou até nas mais variadas práticas culturais que violam a dignidade do ser humano.
 
Mas, quem assim age, não terá também um profundo desrespeito por eles próprios?

O ser humano está esquecido ou até talvez nunca tenha aprendido! Que a falta de respeito pelo outro, começa no respeito que devemos ter por nós próprios.

 

 

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