Segundo Freud, os homens
não são criaturas gentis e amáveis, mas sim dotados de uma poderosa cota de
agressividade. E eu estou plenamente de acordo, com ele.
Durante quase toda a sua vida, a
minha mãe foi alvo de profunda humilhação. A humilhação é a única arma de
destruição maciça que realmente temos. A humilhação é por excelência a bomba
atómica de todas as nossas emoções. A humilhação vem sempre acompanhada de um
sentimento de invalidez e desprezo. Sentirmo-nos humilhados é como se,
constantemente tivéssemos a nossa cara pisada. E quando assim acontece,
tornamo-nos inevitavelmente e talvez eternamente amargos. A humilhação destrói
completamente o auto-respeito e ultrapassa todos os limites da nossa
tolerância. Mata mais que a própria morte.
Quando os nossos valores mais
profundos não são respeitados e muito principalmente quando esse desrespeito
vem das pessoas que mais nos deviam respeitar. O sentimento é gritante. É sem
sombra de dúvida a desvalorização da nossa própria vida e o vazio de todo o seu
sentido.
E, não é só
entre as quatro paredes da nossa casa que a humilhação existia e que a
sentia-mos.
Sinto-a, também no mundo à minha
volta, nas mais diversas formas de violência ou até nas mais variadas práticas
culturais que violam a dignidade do ser humano.
Mas, quem assim age, não terá também
um profundo desrespeito por eles próprios?
O ser humano está
esquecido ou até talvez nunca tenha aprendido! Que a falta de respeito pelo
outro, começa no respeito que devemos ter por nós próprios.
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